INDIZÍVEL, sou/ somos?Ps/564)
Feliz eu quero ser! Sei que o indizível, Jamais direi. Porque se sinto Não saberei dizer.
Se lá no fundo O lago esconde a lama Por certo o pato Não se arriscará Ao mergulho.
O espasmo do poeta Implode o coração. Desafia na linguagem O gosto do seu dizer Que não profere.
Metáforas feridas Escorrem , se masturbam Nas entrelinhas Para sua leve e, Indefinida transparência.
O pensamento se achega Com um bater de pulsos Sem cessar, sem dizer Sem pressentir, sem sentir Diante do nada do que Gostaria de dizer.
A pedra aquecida pelo sol Ocupa seu espaço, inerte, Sem fruto e sem razão, Pousada na melancolia No seu silêncio perpétuo.
Como um sopro, deixo Invadir-me do que procuro. Uma montanha, um riacho Que canta, sob uma nuvem Em fuga, que me encanta!
Pensa e pondera em Sua sede de felicidade. Embala no seu colo invisível O sono que lhe foge, Sua existência pura, De Poeta.
edidanesi
Enviado por edidanesi em 23/06/2022
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