13/04/2012 14h24
O DIA DE SOL (Pr/Poét)
O DIA DE SOL 9:29hs.! 30 de janeiro, de 2012. O ponteiro vermelho, dos segundos, continua marcando o tempo. O pêndulo, sem vontades e sem náuseas, vai e vem. Tudo transcorre num segundo, num minuto, numa hora, e/ou em um dia. E lá se vai o tempo e a vida. Ele olha para mim. Parece querer me hipnotizar e por vezes sinto sono e não posso dormir. Tenho sim que cantar e chorar, rir e viver porque o relógio e o sol são os marcadores do meu tempo. No meu teatro não necessito ensaiar e sim dançar. Danço a vida, driblo atropelos, sonho por sonhar e as vezes, sonho; vigio o mundo por uma fresta, nado kms e retorno sem me molhar; converso longamente eu e o cosmos, aprecio as gaivotas sobre a baía em sua presença, canto a canção do exílio no meu convexo, ecoando no meu côncavo. Há cinco mil anos a nossa estrela maior já fora o marcador do tempo, graças aos gregos. Hoje, o sol brilha. e segue a sua trajetória. Pela manhã, muita luz, brilho e muitas cores misturadas ao barulho dos motores dos barcos de pesca e lanchas que cruzam a Baía da Guanabara que atracam no píer próximo ao Forte de São João. A tarde, o sol preferiu se esconder e liberar uma enxurrada de lágrimas sobre a terra. A chuva cai sem pretensão e um Martim-Pescador pousado em uma das antenas do prédio vizinho, ensopado e quieto, aguarda a sua companheira para se recolher depois de uma longa jornada mergulhando em busca do seu alimento. Sem a luz do sol a minha luz se torna fria, violeta. Esmaece. Nesse momento, ouço o tic-tac do relógio sincronizado pelo vai e vem do pêndulo, que marca devaneios, desilusões, as concretizações da esfera terrestre e o Sol segue para Si-Chuan onde o cão ladra à sua espera.
Publicado por edidanesi em 13/04/2012 às 14h24
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