![]() SAUDADE
Do término do verão Do início das estações Dos clarões Do inverno frio Da ave no cio! Da cor que na pupila guardei Do tempo que o tempo já não é Do amargo café Da estrela vista do sopé Da folha que balança! Da canção do córrego Da folha feito barquinho Da inocência que não mais vejo Da tarde sob o enorme coqueiro Do cheiro de mato verde! Da roda d'água a girar Movendo o maquinário do meu avô Do cantar do pássaro de fim de tarde Da fumaça do bule na chapa de ferro Da luz clara daquele sol! Da abelha que zunia rente a janela Do tucano no tronco rente a velha casa Do paiol abastecido de milho, Da rústica máquina Da escada do sótão Do irmão (M) que tocava harmônica em fins de dezembro! Saudade da coleção de quadros Na parede, da Terra Santa, Do meu Vô Leonardo, Da margarida do canteiro central Do cipreste imponente frente a minha janela do quarto de dormir! Da cobra d'água que sinuosamente Passeava pela cerca do jardim Da solidão saudável da vila de Ribeirão do Campo Do sino puxado a corda na hora da Ave-Maria! Saudade, abissal, entranhada na memória! Quanta! edidanesi
Enviado por edidanesi em 05/11/2020
Alterado em 05/11/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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