QUE FIZ DE MIM?
(Ps/495) O meu deserto sem sol Deixou-me aquém da esperança! Perdida e impaciente, sinto frio e Mergulho em lembranças sonolentas! Sou muro de mim mesma No atrasado sonho que não floresceu! Horas e dias anos que passam Temo que isso tudo me fará morrer! Sou metade, estou mais velha. Passo como o murmúrio das águas Na serenidade em desejos mortos, Sem andaime à me apoiar! Desejo mergulhar na letargia profunda E, apenas, Arcanjos e Querubins me encontrarão, Dormir longamente um sono outonal, No ventre da mais lívida solidão! Ao despertar, quem sabe, Queira ver a face do vento e, quem dera Dizer-lhe o quão feliz outrora fora E agora, a minh' alma é insone, vazia! Tento não te lembrar em minha vigílias Pois não deixastes mais a aurora raiar. E no espaço da saudade confinastes-me! Essa funda dor que trago e não acalma Seguirá no outono da minha estrada, Ao acordar! edidanesi
Enviado por edidanesi em 06/03/2020
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