OUÇO-TE!
(Ps/486) Ouço-te na canção do vento, Que me embala à qualquer lugar! Ouço-te no meu colóquio íntimo Com as estrelas que fulguram E sorriam mudas à minha tristeza! Ouço-te nas manhãs caladas, Dos meus outonos gritantes Criando teia no sentimento, dando vazão As sensações labirínticas da vida! No ruído das noites frescas e sombrias Ouço-te como se estivesses aqui, Nós a sós, o momento de nós E então, a dor inexiste porque, Incansáveis, fomos correnteza de rio! Canto para dentro de mim, agora, pois Minh' alma finge alegria à não sucumbir Na curva da vida e me pertenço, só, Para viver sem saber como viver! Apenas, indelével, Ouço-te! O pensamento segue... vestígios... Prossegue... deixa passar o presente Recorda... não quer ser, volta ao passado E ouve de modo triste a alma, se acalma! Ser-me assim visto a máscara! Não há mais hora, há apenas tédio e solidão! Empalidecem as horas, esvazio-me de mim! O modo como te ouço é como O declínio da tarde que enfraquece pouco a pouco, sumindo no poente! Ouço-te... edidanesi
Enviado por edidanesi em 29/09/2019
Alterado em 27/10/2019 Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |