ESSA SOLIDÃO
(Ps/479) Essa solidão que se arrasta Que me apalpa a alma, Faz dos meus dias E das minhas noites um Claustro, gélido, em dias azulados! Não há porque sair desse marasmo Não há porque sair e tentar viver pra valer Não há porque esperar Não há mais nada, sem você! Necessito de heroína e ópio, Para amainar esse viver insólito Vestir a máscara da monotonia Para quebrar um súbito surto, Morto! E como animal ferido, fico a sombra Com os sentimentos embriagados, Sem solução em letargia, desviando A vida para outras vias, no ócio, Sob estrelas negras! Belas são as estrelas negras, Que fogem para o inferno Para aquecer Lúcifer, embriagado, Sem esperança, dissecado! Expresso aqui minha indignação de Sentir-me assim, decrescendo Num deserto cruel, sem oásis, sem flor Mirando apenas o infinito e horizontes! Se ao menos fosse poeta, lido,(ilusão?) Talvez esse mistério, em mim, abrandaria, Rasgaria esse muro compacto, transparente E as ruas ganhariam cor em paralelepídos, Como canteiros silvestres, sob Respingos de uma queda d'água Que se alegra em seu som natural único, Na vegetação tenra e enevoada. Sentimentos e incertezas pedem calma E desejam dormir num canto azul Onde vagam as ondas calmas, do mar! edidanesi
Enviado por edidanesi em 22/06/2019
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