PARA SEMPRE
(Pr/Poét/24) Quero, sempre, esse amor que me ilumina, que toma meus sentidos, que chega fundo, que verte caminhos floridos abrindo clareiras e vislumbrando o cheiro e o choro do mar, atrás dos montes, subida íngreme, cujo cansaço é consumado na areia da praia onde o sol se espalha e a brisa balança meu cabelo, o barco prende minha atenção até o perder e outro chega depois, envolto por gaivotas negras com rabo de tesoura, em perfeito balé, cordas caem no mar e são retiradas por braços cansados, mãos fortes, calejadas, cansadas e as gaivotas voam ainda mais raso e suas asas não pesam, porém, ainda mais ágeis acompanham o barco que, também perco de vista e então percebo meu corpo envolto de areia com gosto de sal e o amor, em sua exata e/ou o mais alta expectativa é deliciosamente sôfrego e num profundo colar de corpos salgados, areia ainda mais salgada onde os beijos intercalam o doce e o salgado do momento que se faz único, com toda beleza natural de uma imensa faixa de areia, branca e fina sem sinais de pegadas, apenas, pequenos furinhos na areia feitos por minúsculos siris, que abrem e fecham com o ir e vir das ondas do mar, e, mil anos não apagariam da memória o barulho do mar e o frenesi, sós, em profusão de sentimentos, que se tornarão o mais profundo momento vivido num transe único, perfeita sintonia podendo medir a profundidade e o quão intenso é. Apenas, para sempre. edidanesi
Enviado por edidanesi em 18/03/2019
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