INSTANTES DE UM POETA
(Ps/444) Guarda o poeta seu texto. Abre o livro, chora. Recupera e repassa. Faz versos de encantos, Doí-lhe a lama, martela e persiste. No reverso do verso, Morre um tanto, renasce pronto. Na trama do destino O desalento o toma em instantes, Seu pensamento amarga. Gotas de suor seu coração espirra Sorri e sonha em delírio e êxtase diante Do seu verso reversado à compor Cunhando letras e apagando horas. Cai na ideia que o mundo é ponte Fonte para sua incandescente angústia, Descrita, que amarela no tempo Realidade nua, suor seco, sua mesa. Poeta é ser só à si, somente a si e sombra. Sussurro, pensamento ansiado, Poente que esmaece lento nas infindas tardes, Razão inconteste, nas noites de frio. Quer o intenso e a leveza à sua masmorra interna. Agruras sem conquistas fundem-se no pensar Ingênuo, falso, virtuoso modo do poeta, que Se plagia em magia nas entrelinhas Sem nada sentir e provar Apenas, Disfarçar. “Conhece o mar sem nunca ter visto suas brancas ondas. Incrédulo, pede a Deus a paz e reza para o mundo. Prega difundindo amor em falso pedestal. Sua alma borra letras, em linhas, em folha de cristal. “ edidanesi
Enviado por edidanesi em 09/09/2018
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