O REGRESSO
(Ps/433) Tantas as curvas, Como a saudade pelo caminho! Desbravavam a dormência, Olhar milimétrico de chão! Tantas curvas da serra fria Que convidava a respirar A sentir tremores d'alma Para lá chegar! As flores se esconderam Não se deixaram ver Tampouco exalavam perfume Para poder sobreviver! Ideia de rever, medo de sentir Motor do carro parecendo chorar Junto ao rio, entre as pedras a água A descer... a descer até espumar! Topo da serra, visão tediosa Águas entubadas, represadas Pedras secas, Cascata invisível, Modernidade, Cálculo no coração, Saudade! Como importa aquela solidão Sentida pelo caminho! Indiferença, sem a presença Daquela árvore, o Azevinho! Da gota de orvalho na flor Pude sentir o frescor Tato e sentido, sentidos Numa lápide fria, a flor! Era de uma era que longe vai Represa no coração a dor Das cantigas da água que Nas pedras, não cantam mais! edidanesi
Enviado por edidanesi em 12/06/2018
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