NESTE CAIS
(Ps/374) No cais da vida Estremece a aragem sobre as águas Milhas e milhas em mistério Vencida pelo destino em desiderio. Na minha cabeça, a crença De um vagar para não morrer Na sensação que tudo é sonho Toco o pé ao chão nervos a ranger. Saúdo-te, terra de zumbis Sob um temporal de sentir sutil Há uma consciência bem no fundo Que a vida é o melhor dos mundos. Não parta desse cais, fique Quem sabe, amanhã, o sol raie dourado E ao despertar da hora, tudo é um bocado Do absoluto sonho, um dia sonhado. Esse silêncio que vaga só Ao meu lado acaricia-me a face Na noite que me sorri inútil No falso clamor da sua ausência. Frequência extática de tic-tac incômodo Desde o crepúsculo inquieta a alma Luz que ascende inquieta, Recolhendo tédios da existência. A hora só é repouso dos mortos É um movimento inexistente e baço Indefinido é o cais a que me refiro Numa cidade brilhante, de uivos e tiros. (Cidade do Rio de Janeiro/Violência em desmesura/Estado falido) edidanesi
Enviado por edidanesi em 26/07/2017
Alterado em 31/07/2018 Copyright © 2017. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |