VINDE E VEDE
(Ps/407) Vede esse tempo? O que diria o poeta do antigo tempo que sonhara e amara seus sonhos, suas paixões em delírio, daquele tempo e momento que o nosso tempo desconhece? Qual sabor e sentimento que o coração provou? A razão se faz escassa, e a árvore tolhida das suas raízes. Não há mais perdizes e águas claras, tampouco, ideias raras. Qual surto do pregador eufórico e insensato está na rua da ladeira, sem lua seresteira e faceira, enfeitando a ruela em sombras de neon, sem primaveras orvalhadas carregadas em botões. Prega só. Vinde e vede todos os mortais, do Século XXI! O olhar cristalino do apreciador espia do quarto dos fundos a luz, de uma janela entreaberta que a tem por única companhia e a vê, até apagar e ficar só na escuridão, em perplexa solidão! Vinde e vede esse tempo e na masmorra, certamente, gostaria de ficar! edidanesi
Enviado por edidanesi em 23/12/2016
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