MULTIDÕES
(Ps/354) A fronte mal se ergue para o monte. A sombra é quieta e lenta, Porém em hora de tanta canseira Se desfaz como vulto. Pensamentos em intentos, Passos de encontro ao vento. Assombradas as esperanças sem alento, Pouco a pouco desfalecem ao final da hora, Tudo e nada sem demora. A dor anda larga e o ser respira Com peito aberto, feito deserto. Que existência é essa de fraqueza que Oculta beleza em entranhas densas, Nas jornadas extensas? Terras estranhas, monte longínquo! Olhem todos os olhos e vislumbrem! Jorra a dor pelos pés sangrentos, no penhasco. Haverá um novo dia, um novo céu por certo, Conduzindo à pousada mesmo sem estrelas no declínio das forças? A noite principia e eis a planície, a vida instantânea; não há mais escarpas, Há fragmentos de pálidos semblantes! edidanesi
Enviado por edidanesi em 20/12/2016
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