A SÚPLICA DE MANUELA
(Ps/246) Quase caindo A tarde sombria de sol O momento se esvaindo Como quem chora, Soluça, sofre e se banha Na corrente, na mente, Na lama, Tranca o intrínseco banido Da trama que chama Por um derradeiro e lúgubre Sentido da vida, em prol. Onde? Estará aqui ou ali? Que ânsia! Se acalme e pense, Não entre em transe. O trio transcende a luz, Chora o leito, range, resvala e cala, Sente e repara na Completa solidão audaz, Mordaz e fria. Entre a luz e a lama sorria O algoz de mármore, que Na lama do rio, dormia. Quanto furor e ira Desperta longe, O mar alto e traiçoeiro que Engole, assopra e Leva. Nas trevas do dia, o dia rompe Segredos, seguidos de amores, Muitos amores. Marinheiro tão somente, Velas e motores, Agindo tão ou desfavoravelmente, A mente que sente, Morre impotente e O véu de linho negro cobre O ausente. Onde? Lânguidos sussurros nos Além mares. Vistas longínquas, indefinidas, Incertas e tão certas Supostas estas, serestas, Festas, gritos de solidão em meio A tantas festas. Ainda que bravio, Oh! Mar revolto! Chega de disparate. Lança seu rumor ao alto Abafa e cala... Pobre diabo pervertido Na mansidão feroz, banido, Trancado, fisgado e tresloucado, Da fúria projetada, Iluminada e Calada. Rompe as garras da face! Entrelaça seu olhar sem olhar, Espanca idéias, Foge de repente, Se sente ausente. Martela, Pincela e... Lembra ... de Manuela. Onde Estará a minha bela? Mantida sob um véu de luz Rosa, Roxo, Real, dourado-reluzente e... Dançando pra toda gente? Delirantemente... Se esvazia, Se enche, Preenche os sóis da noite À tanta gente... Que pena! Será? Incerto tudo, Contudo, Certa do mundo será. Do incrível desconhecido, no preâmbulo da falsa alegria, Da rotina que desatina fugás, Trágica, mas que fascina e A tanta gente satisfaz. Mesmo morta por dentro Sangra os olhos, As lágrimas que oculta no seu rosto Da rotina, A menina Almeja, pede e suplica... Quero paz! Marinheiro do mar revolto Não espere, corra. A festa acabou. O mar, não te devorou! Estou forte, resignada Estou presa, Necessito sair ilesa, agora! Veja. Deseje o meu céu sob o véu do meu breu. Salva-me mesmo que impura, Da loucura. Onde estou? Onde? edidanesi
Enviado por edidanesi em 05/06/2014
Alterado em 02/08/2018 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |