![]() A VIDA QUE NO SUL DEIXEI
(Ps/108) Bate fundo, explode por dentro Uma saudade severa e incontida Hora passa, hora transpassa Cresce no coração uma ferida. Rasgo os véus e trucido estrelas Delas, lembro frias num céu distante Longas tardes queria ainda tê-las O amor lá amei por inteiro! Flébil a chama convida à vida que lenta queima Nada igual, sensações guardadas e intransponíveis Ando devagar porque a pressa já não me apressa Minh' alma se embala numa canção fadada. Corpos quentes, ruas e avenidas nuas Das noites frias de inverno na Rua das Flores Os bancos da rua se aquecendo de amores Segredos impregnados nas táboas nuas! As cores descansam no recinto fechado Trancado de vida repleto de estrelas Mar, barcos, rostos e outros guardados Aguardam as telas que não mais pude vê-las! Ausência do som das teclas em luto Daqui a tocar ouço a vida, prescruto Choro a canção composta, ora ouvida, Harmonia e brilho d'uma lembrança colorida. Quero que o mar, as gaivotas e o Cristo na baía Ouça o meu lamento angustiado semi-soterrado Porque chove sempre às tardes no sobrado Quero voltar e ver a luz da minha alegria! Quero, ainda, o cheiro da tinta-óleo inalar Quero, ainda, encontrar a chave da sala, só Quero, ainda, as cores na tela espalhar Quero, ainda para o Sul apenas, voltar! edidanesi
Enviado por edidanesi em 30/04/2012
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