DERRADEIRO ABRAÇO
(PS/103) Um abraço frio, mórbido O braço não alcança o abraço e Uma dor transpassa o meu peito Confronto cruel, real e inesperado! Gela a noite o corpo inerte Só, na sala da escuridão Face lívida sorriso aparente Aguarda a hora, solidão! Olho tensa nos seus olhos Cerrados serenamente pela finitude Rola a lágrima pesa o momento Sentimento vazio, frio, concretude! Dorme, eterna, na cama fria em cetim Rodeada de flores, pétalas e jasmim Já não sente o perfume de carmim Não lembra mais de mim? Clamo à solidão audaz Solidão mordaz de mármore Vestida de negro véu Leve-me com ela ao céu? Livra-a das garras da morte Traga-a para casa Não a deixe na dormência eterna Deixe-a viver, suplico! Desperto para a realidade Meu grito rouco evoca Deus Rasga a visão lívida, indefinida Taciturna hora, partida definida! O que importa agora, Mãe? Se a hora já não marca Se a estrela já não brilha Se a noite será perpétua? Nada mais importa! edidanesi
Enviado por edidanesi em 18/04/2012
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