O ANDARILHO DA URCA
(Ps/164) Vestido em trapos, Rasgado de tudo Caminha curvado Nas costas, o fardo. Senta na esquina De uma rua qualquer Fixa o olhar Nem pede, sequer! O corpo exala cheiro Da falta do todo e água Parece ser carvoeiro Seu canto entoa mágoa! O seu canto ouço longe Seu passar me faz pensar Seu rosto me passa tristeza Sua canção, delicadeza! Chora o andarilho da Urca Nas calçadas a perambular No latão se direciona o Seu prato cercear! “Deve o ser gritar aos céus! Deus não há pra me ajudar! Sou errante por destino Sou eterno enquanto durar!" Vê o Cristo reluzente Do alto a abençoar e ele, Na noite a caminhar. Sente o corpo enfraquecer Deita ao chão para adormecer! A baía embala frágil, Suas águas para o mar O andarilho sonha saudades, Do exílio, que deixou pra trás! Curvado e Maltrapilho, Sem brilho, o Andarilho! edidanesi
Enviado por edidanesi em 15/04/2012
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