SÚPLICA
(OR02) Peço Senhor: Ajuda-me a ser forte Para não cambalear e cair No precipício. Minhas entranhas fétidas Corroem também o meu coração E, ele, não pode morrer. A solidão me afasta de tudo e De tudo já não sei e O quanto perdi. O terror dos meus dias negros Ofuscam os meus olhos E já não posso ver. Sinto-me infeliz E não tenho forças Para reverter esse quadro. A luz visionária Pensei ter em conta E também virou fumaça. E as coisas passam E a sombra anda lenta No meu deserto, Mas, passa... E o meu sangue seca Endurece o meu espírito. Não tenho amigos Nem inimigos tenho. Minhas vértebras rangem Como as de uma Serpente massacrada. Uma nódoa pesada Verte dos meus olhos Como o lodo dos becos, Em dia de sol ou de chuva, Dia, após dia. Nefastos são os meus dias E necessito de ti, Senhor! Busco paz e luz E tropeço em pedras De papel E o sangue jorra dos meus dedos Como um filete viscoso, De vinho apodrecido E me sinto como um ébrio Caído numa poça fétida e morna. A minha casa é branca E eu não a vejo. O meu amor já não existe Nada existe. Evaporou o mundo e Inexisto. O inferno de Dante É menos conturbado Que a minha mente, Que pressente dias De negra cor De dor! Suplico: estenda-me sua mão Erga-me! Quero poder, apenas, Respirar e dormir, mas, Não desejo, ainda, uma noite eterna. Temo a tua mão E o porquê, nem mesma sei. Sinto-me indigna perante a ti E também, nem mesma sei. Tua bondade será o meu subterfúgio E tua luz clareará o meu caminho. E teus desígnios Traçaram a minha vida E nesse contexto, inserida, Somente tu Senhor Possuis a força E o poder Para conduzir-me com perseverança Pela vida! edidanesi
Enviado por edidanesi em 13/04/2012
Alterado em 20/08/2012 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |