A CHAVE
(Ps/02) Quero poder chorar a minha vida Que já não me pertence. A aurora lutou contra o dia. A promessa no mar, desaparece. Meus olhos marejam dor, De sangue as lágrimas se fazem De nuvem o céu se poupa Sinal do óbvio! Sopra o vento, Traz dissabores, Exterminou amores e o Sinal do fim Faz-se presente. Cala-se a vontade Sobressai a escuridão, Sinto a verdade Derramar o ódio, Lassidão! Desconheço a alegria, Junto os restos da podridão! Esmolas, da vida, Sangrentas, de suor! Da tarde que se vai com letargia Sem rumo à celebração Do ritual “in contentionis”. Rasteja o louco no mar aberto, Sua veste atira ao vento, Encrespa a onda e balança a flâmula, Sinal do tempo, Tempo de vento, Desvario, Loucura no Desmesurado mundo, Que no limo, permanece. Não cresce, Fenece! Meu olhar já nada vê. Sem rumo o coração vai Com arritmia, À deriva contra o tempo. Até quando não saberei se O incerto é o certo. Quero edificar um castelo De sonhos lúdicos, Ainda que irreais! Uma lamparina ascender Sem janelas para ver. Apenas com o lusco fusco Da pequena luz, Morrer lentamente Com lucidez E na insensatez da vida Sofrida A minha ida Será definida e Definitiva! O louco já não é louco Diz ao céu que ele é Deus Mergulha no livro do Apocalipse Pensa grande nos seus delírios Reza alto, prega ao anjo das trombetas. Uma estrela cai e julga-se: O Senhor! Quero ser louco Quero ser irracional Quero ser Absinto. Quero beber do meu cálice Quero o mundo desigual Quero me fingir normal Quero ofuscar a luz Quero emergir no lodo e Aguardar minha sentença. Asfixiar por completo Meu mundo, meu ser. Sou terra escura, Sou sol violeta. Choro agora, A vida que não tive Por destino ou por opção. Choro agora com sofreguidão A minha hora De pura angústia e De amarga solidão Em meio a culturas tantas Na minha sala pequena, Impregnada do Tudo e do nada, Só e Obsoleta. edidanesi
Enviado por edidanesi em 08/04/2012
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