Meu recanto, meu canto

"A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO" (ALBERT  EINSTEIN)

Textos

A CHAVE 
(Ps/02)


Quero poder chorar a minha vida
Que já não me pertence.
A aurora lutou contra o dia.
A promessa no mar, desaparece.
Meus olhos marejam dor,
De sangue as lágrimas se fazem
De nuvem o céu se poupa
Sinal do óbvio!
Sopra o vento,
Traz dissabores,
Exterminou amores e o
Sinal do fim
Faz-se presente.
Cala-se a vontade
Sobressai a escuridão,
Sinto a verdade
Derramar o ódio,
Lassidão!
Desconheço a alegria,
Junto os restos da podridão!
Esmolas, da vida,
Sangrentas, de suor!
Da tarde que se vai com letargia
Sem rumo à celebração
Do ritual “in contentionis”.
Rasteja o louco no mar aberto,
Sua veste atira ao vento,
Encrespa a onda e balança a flâmula,
Sinal do tempo,
Tempo de vento,
Desvario,
Loucura no
Desmesurado mundo,
Que no limo, permanece.
Não cresce,
Fenece!
Meu olhar já nada vê.
Sem rumo o coração vai
Com arritmia,
À deriva contra o tempo.
Até quando não saberei se
O incerto é o certo.
Quero edificar um castelo
De sonhos lúdicos,
Ainda que irreais!
Uma lamparina ascender
Sem janelas para ver.
Apenas com o lusco fusco
Da pequena luz,
Morrer lentamente
Com lucidez
E na insensatez da vida
Sofrida
A minha ida
Será definida e
Definitiva!

O louco já não é louco
Diz ao céu que ele é Deus
Mergulha no livro do Apocalipse
Pensa grande nos seus delírios
Reza alto, prega ao anjo das trombetas.
Uma estrela cai e julga-se: O Senhor!


Quero ser louco
Quero ser irracional
Quero ser Absinto.
Quero beber do meu cálice
Quero o mundo desigual
Quero me fingir normal
Quero ofuscar a luz
Quero emergir no lodo e
Aguardar minha sentença.
Asfixiar por completo
Meu mundo, meu ser.
Sou terra escura,
Sou sol violeta.
Choro agora,
A vida que não tive
Por destino ou por opção.
Choro agora com sofreguidão
A minha hora
De pura angústia e
De amarga solidão 
Em meio a culturas tantas
Na minha sala pequena,
Impregnada do
Tudo e do nada,
Só e
Obsoleta.
edidanesi
Enviado por edidanesi em 08/04/2012
Alterado em 07/08/2018
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