Meu recanto, meu canto

"A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO" (ALBERT  EINSTEIN)

Textos

A CHAVE
(poes/226)


Quero poder chorar a minha vida
Que já não me pertence.
A aurora lutou contra o dia
A promessa, no mar, desaparece.
Meus olhos marejam dor
De sangue as lágrimas se fazem
De nuvem o céu se poupa,
O sinal do óbvio.
Sopram os ventos,
Traz dissabores,
Exterminou amores e o
Sinal do fim
Faz-se presente.
Cala-se a vontade
Sobressai a escuridão
Sinto a verdade derramar ódio
e lassidão!
Desconheço a alegria.
Junto os restos da podridão,
Esmolas da vida, sangrentas
de suor e sal.
Da tarde que se vai com letargia
Sem rumo à celebração
Do ritual, “in contentionis".
Rasteja o louco no mar aberto
Sua veste atira ao vento
Encrespa a onda e balança a flâmula,
Sinal do tempo,
Tempo de vento,
Desvario,
Loucura no desmesurado mundo
Que no limo permanece
Não cresce, fenece.
Meu olhar já nada vê.
Sem rumo o coração vai
Com arritmia,
À deriva contra o tempo, e
Até quando não saberei.
O incerto é o certo.
Quero edificar um castelo
De sonhos lúdicos,
Ainda que irreais, transparentes,
Uma lamparina ascender
Sem janelas para ver.
Apenas no lusco fusco,
Morrer lentamente como a chama
Com lucidez e  na insensatez
Da vida, sofrida,
A minha ida será definida e
Definitiva.
O louco já não é louco
Diz ao céus que ele é Deus
Mergulha no livro do Apocalipse
Pensa grande nos seus delírios, desiderios,
Reza alto e prega ao anjo das trombetas.
Uma estrela cai e julga-se "O Senhor"!
Quero ser louco!
Quero ser irracional!
Quero ser Absinto.
Quero beber do meu cálice
Quero o mundo desigual
Quero fingir  ser normal
Quero ofuscar a luz
Quero emergir no lodo
Aguardar minha sentença
Asfixiar por completo meu mundo .
Sou terra escura, sou sol violeta e
Choro agora, a vida que não tive
Por destino ou por opção, talvez descuido.
Choro agora na sofreguidão
A minha hora de pura angústia
De amarga solidão, da atual visão ,
Do necesssitar viver, contexto complexo.
Em meio a culturas tantas
Na minha sala pequena,
Impregnada ...
Tudo e nada,
Só, imersa e
Obsoleta, apenas
escrevo.

Poema de 26 de dezembro de 2009 /Ipanema RJ.


 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 22/02/2014
Alterado em 24/08/2014
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