Meu recanto, meu canto

"A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO" (ALBERT  EINSTEIN)

Textos

O SONH0
(ART/09)

     Podes me deixar aqui e se quiseres aguardar não vou me demorar disse eu, ao taxista. - Está bem Senhora, - olhando surpreso e atento sem nada entender. - vou aguardá-la.
     Parecia que a claridade que ainda antes havia sumira repentinamente, mas mesmo temendo a noite que se aproximava eu subia a ladeira íngreme e ao entrar no terreno Santo me sentei por entre corredores, numa lápide velha que parecia destituída de quaisquer restos mortais, apenas tendo um pé de caramanchão amarelo por companhia.
     Percebi que mais pessoas havia transitando e me encorajei Continuava sem saber o que queria e para onde eu iria. Ouvi alguém baixinho dizer o porquê... de alguém andar nesse espaço fúnebre, só, e o som sumia como também a distância se encurtava. Chegando no alto do local, plano e silencioso, senti algo estranho quando percebo, quase aos meus pés, um óculos de grau transparente e que por impulso peguei e tentei vestir; foi quando percebi que eram um tanto pesados pois, havia neles uma espécie de proteção para a nuca, como a uma máscara de esgrima e a cabeça ficaria bem aconchegada e o olhar nítido. (O todo em perfeita sincronia) Olhei para um lado e para outro quando vejo, já em penumbra fechada, dois vultos apoiados num mausoléu duplo de cor escura, comendo algo e baixinho cochichavam entre si. Por sua vez, eles nada perceberam. Saí dali e continuando a caminhar vi que estaria na divisa do Campo Santo e mais adiante havia um gramado verde, bem cuidado com árvores raras e uma clareira de chão batido seguia adiante sem se ver o final dela, quando uma voz me disse: - É aqui e chegamos ao local certo. - mas percebi que o mausoléu sumira do local, o que deveria estar intato entre dois outros. - Mãe, o pior disso tudo é que o ataúde está do lado de cá, eu vi e quero sair daqui. - Quando a voz de meu filho me surpreendeu e ele não estava em minha companhia.
(Será que já estive lá antes?-confuso - mas foi o sonho que eu tive com etapas desconexas para transcrevê-lo e entendê-lo. E eu não entendi)
Procurei interpretar este sonho, quando acordei, mas continuo a mastigá-lo sem engolir. Esse sonho mexeu comigo, nesta manhã de Quarta-Feira de Cinzas.
Será que o taxista continua esperando eu voltar? - Os foliões, certamente, não passariam por lá.
edidanesi
Enviado por edidanesi em 13/02/2013
Alterado em 22/11/2017
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